VIDA
POLÍTICA:
A posição dos sofistas
Quem
são os sofistas? Na formação da Pólis os Sofistas se apresentavam
como professores da arte da discussão, da persuasão, pela retórica
mediante pagamento. Eles ensinavam os jovens a falar/discutir em
público, ensinando-os a debater e defender suas ideias.
Para
os sofistas a Pólis (cidade), nasce por convenção entre os
indivíduos que percebem que é melhor uma vida em comum do que uma
vida isolada convencionam regras que se tornam leis, que a justiça é
o consenso quanto às leis e a finalidade da política são de criar
e preservar esse consenso.
Caberá
a justiça não só preservar as leis, mas também permitir que sejam
feitas mudanças, mas sem que isso destrua a comunidade política.
Mas a única forma de haver mudança sem que haja destruição da
ordem política é o debate, expressão pública da vontade da
maioria, obtida assim pelo voto dos cidadãos que se reúnem em
assembleia.
A
justiça era a finalidade da política entendida como concórdia
entre
os cidadãos da cidade, conseguida em forma de debate de opiniões em
público.
Em
oposição às ideias dos Sofistas, Platão e Aristóteles afirmam o
caráter natural da Pólis e da justiça. Embora concordem nesse
aspecto, diferem no modo como concebem a própria justiça.
A
posição de Platão
Para
Platão o homem e a Pólis possuem a mesma estrutura. Os homens são
constituídos de três princípios de ação da alma:
1)
A
alma concupiscente ou desejam-te:
que busca a satisfação dos desejos do corpo, tanto os que são
necessários quanto os que simplesmente causam prazer.
2)
O princípio irascível ou colérico da alma: que
defende o corpo contra agressões do meio ambiente e de outros
homens, reagindo à dor na proteção da vida.
3)
Princípio racional ou intelectual da alma: que
se dedica ao conhecimento, a escolha dos melhores desejos para o
homem.
A
Pólis para Platão também é dividida em três classes sociais: a
classe econômica, composta pelos proprietários de terras, artesãos
e comerciantes, responsáveis pela sobrevivência da Pólis.
A
classe dos guerreiros, que eram responsáveis
pela segurança e defesa da Pólis.
A
classe
dos magistrados,
que são
responsáveis pelo governo da Pólis sob as leis.
O
homem injusto: para Platão o homem injusto e guiado pelo
princípio concupiscente ou irascível da alma.
O
homem justo: é aquele que cujo princípio de ação da alma é
a parte racional, que impõem à parte concupiscente da alma a
virtude da moderação, e a irascível a virtude da coragem. O homem
justo é virtuoso, pois exerce o domínio racional sobre os desejos e
a irascível.
A
cidade justa segundo Platão é aquela governada pelos
filósofos, mantida pelos produtores e protegida pelos guerreiros.
A
cidade
injusta
é governada pelos cidadãos que deixam ser governados pelos desejos
ou pela parte irascível.
Ou
seja, o desenvolvimento da justiça na cidade assim como no individuo
está relacionada à educação da parte racional da alma.
Fonte: CHAUI, Marilena. Iniciação à Filosofia:
ensino médio, volume único. São Paulo. Editora: Ática, 2010
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